Senador participou da comissão de impeachment de Bill Clinton, foi um aliado de John McCain, perdeu para Donald Trump nas prévias das eleições de 2016 e depois se tornou um dos maiores aliados do ex-presidente republicano.


Lindsey Graham em imagem de 6 de outubro de 2021 — Foto: Kevin Dietsch/AFP

Senador participou da comissão de impeachment de Bill Clinton, foi um aliado de John McCain, perdeu para Donald Trump nas prévias das eleições de 2016 e depois se tornou um dos maiores aliados do ex-presidente republicano.
O senador americano Lindsey Graham, que afirmou dos imigrantes brasileiros que entram nos Estados Unidos que, segundo ele, usam roupa de grife e bolsas da marca Gucci, está na política desde 1992.
Naquele ano, ele resolveu concorrer a uma cadeira de deputado no estado da Carolina do Sul. O deputado do distrito estava com a popularidade em baixa. Segundo um perfil de Graham publicado pelo "New York Times", ele entrou no Partido Republicano porque sua chance de ser o concorrente pelos democratas era menor.
Graham tinha estudado direito. Ele era de uma família de classe média baixa na cidade de Central, na Carolina do Sul. Os seus pais eram donos de um bar que funcionava do lado da casa.
Ao se formar, ele começou a trabalhar como advogado na Justiça Militar. Depois passou a atuar também na Justiça comum. Assim que ficou conhecido e conseguiu ser eleito deputado pelo Partido Republicano em 1992.
E, na Câmara, ele acabou participando da comissão de deputados que aprovou o impeachment do presidente Bill Clinton, em 1999. Isso fez com que ele se tornasse conhecido no país.
Rapidamente, ele se aliou a um senador republicano que pretendia se tornar o presidente, John McCain.
Graham apoiou McCain nas primárias de 2000, que foram vencidas por George W. Bush. Naquele ano, ele também se tornou senador.
Graham virou um aliado próximo de McCain nos anos seguintes. Em 2008, McCain perdeu as eleições para Barack Obama e desistiu de concorrer à presidência.
Em 2016, foi Graham que se apresentou nas prévias do Partido Republicano. Inicialmente, ele fez oposição a Donald Trump, o vencedor daquele ano. Em uma fala à rede CNN, antes de Trump ser escolhido pelos republicanos, ele afirmou o seguinte: "Eu quero falar com os apoiadores do Trump por um minuto. Eu não sei quem vocês são e por que vocês gostam desse cara. O que vocês vão levar é o seguinte: ele é xenófobo intolerante que usa questões de raça para inflamar as pessoas. Ele não representa o meu partido".

Graham pós-Trump
No entanto, depois que Trump derrotou Hillary Clinton nas eleições de 2016, Graham começou a sinalizar que pretendia se aproximar do então presidente.

Trump não era muito próximo dos senadores, nem mesmo do Partido Republicano, e a ele também interessava uma relação de proximidade com Graham. Assim, os dois começaram a jogar golfe juntos e se tornaram aliados.

Segundo o "New York Times", Graham foi um dos políticos com mais acesso à Casa Branca nos anos de Trump —os assistentes do presidente até mesmo se irritavam.
Se quando ele era um aliado próximo de McCain, Graham tinha posições mais ponderadas sobre imigração, por exemplo, depois passou a adotar um discurso mais agressivo, próximo do de Trump, no tema.
Nos momentos em que Graham tentou se dissociar das ideias mais conservadoras do Partido Republicano, ele teve problemas —por exemplo, votou a favor de uma juíza que tinha sido indicada por Obama para a Suprema Corte. Os manifestantes contrários à permissão do aborto reagiram e ele enfrentou vários oponentes nas primárias após isso.
Derrota de Trump
Após a derrota de Trump para Joe Biden, em 2020, os filhos de Trump começaram a pressionar Graham para que ele participasse das tentativas de evitar que Biden assumisse. Graham chegou a ligar para o responsável pelos resultados eleitorais do estado da Geórgia e perguntou se era possível questionar na Justiça os votos que haviam chegado pelo correio.
No dia 6 de janeiro, quando apoiadores de Trump invadiram o Capitólio para tentar impedir que Biden fosse nomeado prefeito, Graham chegou a sinalizar que não iria mais ser um aliado de Trump. No entanto, ele voltou a se aproximar do ex-presidente depois disso.
Em entrevistas, ele tem adotado um tom ultraconservador: nega a existência de racismo sistêmico, por exemplo, e tem aparecido com frequência nas redes de TV conservadoras —foi em uma entrevista a uma delas que ele reclamou dos brasileiros que entram ilegalmente nos EUA.