Nova variante do coronavírus foi originalmente descoberta na África do Sul. Ao menos 9 países e/ou territórios já anunciaram restrições a voos de nações africanas.



Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a B.1.1.529 como uma "variante de preocupação" e escolheu como nome "omicron". Com essa classificação, a nova variante foi colocada no mesmo grupo de versões do coronavírus que já causaram impacto na progressão da pandemia: alfa, beta, gama e delta (leia mais abaixo sobre as classificações das variantes).


A omicron foi originalmente descoberta na África do Sul. Ela é considerada de preocupação pois tem 50 mutações, sendo mais de 30 na proteína "spike" (a "chave" que o vírus usa para entrar nas células e que é o alvo da maioria das vacinas contra a Covid-19).

A B.1.1.529, agora chamada de variante omicron, preocupa pois tem 50 mutações — algo nunca visto antes —, sendo mais de 30 na proteína "spike" (a "chave" que o vírus usa para entrar nas células e que é o alvo da maioria das vacinas contra a Covid-19).

O virologista Tulio de Oliveira, diretor do Centro para Resposta Epidêmica e Inovação na África do Sul, que anunciou a descoberta da nova variante na quinta-feira (25), afirma que a variante omicron carrega uma "constelação incomum de mutações" e é "muito diferente" de outros tipos que já circularam.

"Esta variante nos surpreendeu, ela deu um grande salto na evolução [e traz] muitas mais mutações do que esperávamos", afirma Oliveira, que é brasileiro. Mas ainda é cedo para dizer o quão transmissível ou perigosa é a variante — e seu efeito sobre as vacinas já desenvolvidas (veja mais abaixo).

Veja abaixo os países que já adotaram restrições de viagens devido à nova variante:

Alemanha: anunciou que não vai aceitar a entrada de viajantes procedentes da África do Sul. Alemães que voltarem do país 
terão que fazer quarentena de 14 dias mesmo se estiverem vacinados.

Bahrein: vai proibir voos de alguns países.

Croácia: vai proibir voos de alguns países.

França: suspendeu voos do sul da África.

Hong Kong: anunciou a proibição da entrada de não residentes vindos de 8 países do sul da África, caso tenham permanecido nesses países nos últimos 21 dias: África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Malaui, Moçambique, Namíbia e Zimbabue.

Israel: colocou 7 nações africanas em sua lista vermelha sanitária (que impede a viagem de estrangeiros desses países): 

África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Moçambique, Namíbia e Zimbábue.

Itália: proibiu a entrada de qualquer pessoa que esteve em 8 países do sul da África nos últimos 14 dias: África do 

Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Malaui, Moçambique, Namíbia e Zimbábue.

Reino Unido: colocou seis países na "lista vermelha" de restrições de viagem devido à pandemia de Covid-19: África do 

Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue. Com isso, voos comerciais estão temporariamente proibidos e viajantes 
britânicos ou com residência no Reino Unido que estejam voltando dos locais afetados terão de fazer quarentena de 10 dias mesmo se estiverem vacinados.

Singapura: Ministério da Saúde de Singapura disse que vai restringir as chegadas de pessoas da região.

Suíça: proibiu voos diretos saindo da África do Sul e dos outros cinco países da região, além de Israel, de Hong Kong e da 

Bélgica — países que detectaram essa variante.
Outros países como Turquia, Emirados Árabes, Ruanda e Irlanda também adotaram barreiras contra viajantes provenientes de países do sul da África.


Países que estudam restrições

Brasil: a Anvisa recomendou ao governo brasileiro que adote medidas de restrição para voos e viajantes de 6 nações africanas: África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue. A manifestação foi enviada ao Ministério da Casa Civil, que ainda não se pronunciou.

Índia: emitiu comunicado a todos os estados para testar viajantes internacionais da África do Sul e outros países "em risco".

Japão: anunciou reforço nos controles de fronteira para visitantes da África do Sul e mais 5 países africanos, mas sem restringir os voos por enquanto.

União Europeia: a Comissão Europeia propôs aos 27 países membros do bloco europeu a suspensão dos voos do sul da África. Não foram revelados quantos e quais países da região serão afetados pela proposta, que será debatida em reunião nesta sexta.



Países que já anunciaram restrições a voos devido à variante b.1.1.529





A variante B.1.1.529

Até o momento foram registrados 77 casos na África do Sul, 4 na vizinha Botsuana, 1 em Hong Kong (uma pessoa que voltou de uma viagem à África do Sul), 1 em Israel (uma pessoa que voltou do Malaui) e 1 na Bélgica (uma pessoa que viajou ao Egito).

O instituto de pesquisa de Túlio de Oliveira é vinculado à Universidade de Kwazulu-Natal e foi responsável pelo descobrimento da variante beta, uma das quatro cepas consideradas de preocupação global (VOC) pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Segundo o virologista brasileiro, a B.1.1.529 é potencialmente muito contagiosa e tem um número "extremamente alto" de mutações. "Podemos ver que [a variante] tem potencial para se espalhar muito rapidamente".

Os cientistas ainda não têm certeza da eficácia das vacinas contra a Covid-19 existentes contra a nova variante.
Segundo a Agência de Segurança em Saúde do Reino Unido, a B.1.1.529 tem uma proteína "spike" que é dramaticamente diferente daquela do coronavírus original, na qual os imunizantes são baseados.

"O que nos preocupa é que esta variante pode não só ter uma capacidade de transmissão aumentada, mas também ser capaz de contornar partes do nosso sistema imunológico", disse o professor Richard Lessells, outro pesquisador da Universidade de KwaZulu-Natal na África do Sul.



Por g1

Redação Rádio domm